Projeto Viver 60+

Ceilândia Norte recebe novo núcleo do Viver 60+ com serviços para pessoas idosas

Por Camila Coimbra

O Projeto Viver 60+, lançou um novo polo em Brasília, desta vez, o lançamento acontece na região da Ceilândia Norte. A ação tem como objetivo reunir diversas áreas do conhecimento para proporcionar atividades voltadas para a saúde, o bem-estar e a socialização da população idosa. A programação inclui fisioterapia, psicologia, enfermagem e instrutores de dança. Além de passeios culturais e debates sobre etarismo e inclusão da pessoa idosa no mercado de trabalho. Essa iniciativa é fruto da parceria entre a Secretaria de Justiça e Cidadania do DF (Sejus-DF) e o Instituto Latino-Americano de Educação para a Segurança (ILAES).

“Hoje, a gente está inaugurando em Ceilândia, já inauguramos São Sebastião, no Plano Piloto estamos na Asa Norte, além de Itapuã, Samambaia e Recanto das Emas. São seis espaços que estarão ativos pelos próximos 11 meses, oferecendo atendimento duas vezes por semana”, explica Rachel Machado, representante do ILAES.

Rachel Machado, representante do ILAES

“O projeto é legal porque ele reúne várias formações e atividades. Nós temos instrutores sociais de fisioterapia, psicólogos, enfermeiros, instrutores de dança e palestrantes especializados em temas pertinentes à terceira idade”, afirma Rachel. Além das atividades regulares, a programação inclui passeios culturais e eventos como bailes e rodas de conversa, incentivando a troca de experiências entre os participantes.

Ana Leite Lopes de Menezes, tem 58 anos, é moradora do Incra 9, Setor de Chácara e participou do lançamento da unidade na Ceilândia. “Eu não moro na Ceilandia, mas trabalho na região, a abertura desse projeto aqui me deixou animada para participar do 60+, eu já faço ginástica online e acho que esse projeto é maravilhoso para pessoas mais velhas como eu, o que mais me chamou a atenção foi o acolhimento, a educação e o tratamento oferecidos.”, conta Ana.

Atualmente, entre 12 e 20 profissionais atuam diretamente no projeto, incluindo produtores fixos nas regionais e agentes culturais envolvidos em eventos específicos. “Temos uma equipe grande para dar assistência, incluindo especialistas que trabalham com temas como etarismo, inclusão no mercado de trabalho e saúde integral. Acho que a riqueza do projeto está nessa equipe multidisciplinar, que consegue compreender a realidade das pessoas com 60 anos ou mais”, destaca Raquel Machado.

As atividades ocorrem nos turnos da manhã e da tarde, dependendo da localidade. “Os locais ficam abertos durante toda a semana, mas nossas atividades acontecem em horários específicos. No período da manhã, das 8h às 12h, e à tarde, das 14h às 18h. Em Ceilândia, por exemplo, estamos no turno vespertino, já em Samambaia, as atividades acontecem pela manhã”, explica. Os interessados podem acompanhar a programação por meio do site oficial do projeto (www.projetoviver60mais.org.br) e pelas redes sociais, além de grupos de WhatsApp criados no momento da inscrição.

O Viver 60+ já conta com mais de 400 inscritos e segue aberto para novas adesões. “Nossa intenção é que venham muito mais. A capacidade de atendimento é limitada, mas buscamos incluir todos os interessados, respeitando critérios de frequência e participação contínua. Temos atividades personalizadas e coletivas, sempre considerando o perfil dos participantes”, afirma Rachel. O projeto também promove clubes de leitura, jogos e encontros intergeracionais. “Queremos criar uma troca entre gerações, onde os idosos possam compartilhar suas histórias e aprender também.”

Em Ceilândia, onde o projeto foi recentemente inaugurado, a programação seguirá um cronograma específico, adaptado à realidade local. “Estamos começando com um diagnóstico individual e coletivo para entender as necessidades do público. Ainda este mês, teremos passeios culturais em comemoração ao aniversário de Brasília”, adianta. A ideia é proporcionar uma nova perspectiva da cidade aos participantes, destacando locais históricos e a contribuição dos pioneiros que ajudaram a construir a capital. “Queremos criar um roteiro diferente, mostrando Brasília de um jeito mais próximo para essas pessoas que participaram da construção da cidade. Muitos vieram de outras regiões e têm histórias importantes para contar.”

Por fim, Rachel Machado reforça a importância da participação da comunidade no projeto e na luta por políticas públicas voltadas à população idosa. “Nossa sociedade está envelhecendo, e precisamos estar preparados para incluir essas pessoas no nosso dia a dia, no trabalho, na cultura e nos direitos. Se não ocuparmos esses espaços, ninguém saberá do que precisamos.”

Ela destaca que a iniciativa da Sejus-DF busca consolidar uma política pública de longo prazo, garantindo a continuidade do atendimento e promovendo ações estruturadas com orçamento próprio. “Isso transcende governos, pois cria um legado para as futuras gerações. Precisamos ocupar esses espaços, falar sobre nossos direitos e viver essa fase da vida de maneira respeitosa e com inclusão”, conclui.

Jornal de Brasília